A trajetória da Coronel Daniele Cristina Oliveira de Freitas é repleta de pioneirismo. Natural de Sorocaba-SP, aos 17 anos Daniele ingressou na 3ª turma de mulheres da Academia de Polícia Militar do Barro Branco. Após a formatura, em 1994, iniciou uma profícua carreira na Polícia Militar de São Paulo, estreando como comandante de pelotão de trânsito da zona sul metropolitana. A partir daí, fez uma breve passagem pelo policiamento de choque até ser transferida para sua cidade natal, onde comandou pelotão, companhia, foi oficial de gestão de pessoas, de relações públicas e responsável pela justiça e disciplina.
De volta a São Paulo em 2002, integrou o setor de seleção de pessoal e iniciou o curso de psicologia para melhor fundamentar seu trabalho. A busca por tal qualificação lhe rendeu a chefia da Polícia Comunitária veiculada a Diretoria de Polícia Comunitária e de Direitos Humanos da PMESP, entre 2009 e 2014.
Ao assumir a administração do hospital da PMESP, após ser promovida ao cargo de Major, Daniele relata que viveu um dos pontos altos de sua carreira. Em 2016, já como Tenente Coronel, ela chefiou a 6ª Seção do Estado Maior, responsável pela gestão da qualidade total na Instituição, Inovação e Controle do Orçamento.
Chegou ao posto de Coronel, o mais alto da corporação, em 2018, quando assumiu o comando de um batalhão de 1800 policiais que trabalhavam em área periférica e de alta periculosidade no extremo oeste da capital.
Dois anos depois, no início da pandemia, a Cel. Daniele foi transferida para o Centro de Operações da Polícia Militar do Estado de São Paulo (COPOM), o maior da América Latina que recebe diariamente 30.000 ligações nos números de emergência (190 e 193) e despacha 12.000 unidades de serviço para atendimento das demandas cotidianas. No COPOM Daniele enfrentou o desafio de manter as atividades em funcionamento mesmo com o adoecimento de boa parte do efetivo, facilitado pelo sistema de ar-condicionado central que intensificou a proliferação do vírus.
A partir de fevereiro de 2023 a Cel. Daniele assumiu a Secretaria de Segurança Urbana do Município de Ferraz de Vasconcelos, na grande São Paulo, levando para o posto toda a sua experiência em prol da qualidade de vida da comunidade local e dos colegas policiais.
Casada e mãe de três filhos homens, a Cel. Daniele fala com naturalidade da carreira que a possibilitou comandar, por diversas vezes, destacamentos predominantemente masculinos e de como aprendeu a lidar com o machismo, cônscia de que esse problema não se restringe à comunidade policial, mas é uma questão cultural presente em todos os tipos de carreira e ambiente.
Apesar dos inúmeros desafios, Cel. Daniele é uma apaixonada pela carreira policial e incentiva novas aspirantes a seguirem sua vocação.
“Eu diria que não me arrependo de nada, que fatia tudo outra vez e quantas vezes fosse me dada a oportunidade. Essa profissão é pra gente que gosta de gente e que gosta de ajudar. Eu adoro ser policial, é muito gratificante, vale cada segundo. Podem vir”, afirma Daniele com entusiasmo.
