Ocorreu ontem (11) no Palácio do Planalto a tão esperada posse das ministras Sônia Guajajara, que assume o inédito Ministério dos Povos Indígenas e Anielle Franco, que vai dirigir o Ministério da Igualdade Racial, reestabelecido pelo atual governo. A cerimônia, marcada para o último dia 09, teve que ser adiada devido aos atos de vandalismo ocorridos na Praça dos Três Poderes no último domingo (8) que destruiu parte das dependências do Palácio.
O significado histórico da cerimônia conjunta consagrou, mais uma vez, a mensagem de inclusão e pluralidade que também marcou a posse do Presidente Luís Inácio Lula da Silva no 1º dia do ano. Repleta de simbolismos, a solenidade foi marcada pela sonoridade da cultura de matriz africana, do samba e da música indígena. Antes do início do evento, representantes da etnia Terena fizeram uma apresentação ritual e o hino nacional foi entoado na língua Tikuna. Em seus discursos, as ministras ressaltaram a importância das ações de reparação histórica para os povos originários e para a população negra brasileira e evocaram a unidade e a força do novo governo após as ameaças terroristas.
“Represento povos que resistem há mais de 500 anos à ataques tão violentos e chocantes como o que vimos nesse domingo em Brasília. Estamos aqui de pé para mostrar que nós não iremos nos render. Ao lado de Anielle Franco, essa posse é o mais legítimo símbolo da resistência secular preta e indígena do Brasil”
(Sônia Guajajara, Ministra dos Povos Indígenas)
“Tenho dedicado cada minuto da minha vida à manter a memória e a semear todos o trabalho da minha irmã. Por isso, criamos o Instituto Marielle Franco. Em meio a uma política de morte, a nossa resposta foi a luta pela vida (…)Depois dos atentados sofridos por essa casa, estamos aqui em sinal de resistência. O fascismo, assim como o racismo, é um mal que precisa ser combatido na nossa sociedade”
(Anielle Franco, Ministra da Igualdade Racial)
Durante o evento o Presidente Lula também sancionou o Projeto de Lei aprovado pelo Congresso Nacional que equipara o crime de injúria racial ao de racismo e amplia as penas.
Últimas duas ministras a serem empossadas por Lula, Guajajara e Anielle integram um ministério com o número recorde de 11 mulheres a comandarem o 1º escalão do governo na história da República. As demais ministras são Ana Moser (Esporte), Cida Gonçalves (Mulheres), Daniela de Souza Carneiro (Turismo), Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), Marina Silva (Meio Ambiente), Margareth Menezes (Cultura), Nísia Trindade (Saúde) e Simone Tebet (Planejamento e Orçamento).
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