Ampol repudia injustiça da reforma da previdência com as mulheres policiais

Após ter passado pela Câmara dos Deputados, a Reforma da Previdência tem gerado debates agora no Senado Federal, onde teve a votação do texto adiada por mais uma semana. Como na primeira casa, as mudanças sugeridas para aposentadoria fizeram barulho entre muitas categorias. De acordo com o ministro da Economia Paulo Guedes, a ideia é economizar R$ 1 trilhão com a reforma ao longo de 10 anos, entre servidores públicos e trabalhadores da iniciativa privada.

Apesar de mexerem no texto para não ser injustos com alguns segmentos, como os professores, para a diretoria da Associação Nacional das Mulheres Policiais do Brasil (Ampol), a reforma deixou de fora a diferenciação biológica das policiais. Não haverá mais diferenciação para homens e mulheres na hora de se aposentar, conforme o texto. “O impacto financeiro disso é mínimo. Nada justifica a injustiça previdenciária contra os direitos das mulheres policiais”, analisa a presidente da associação, Creusa de Castro Camelier.

O levantamento produzido pela Ampol (gráfico abaixo) com a diferença de despesas para idade mínima de 55 anos, propostos pela Reforma da Previdência, em comparação à idade mínima de 52 anos comprova o baixo impacto. O valor estimado para 10 anos é de R$ 635 milhões (apenas 0,0635% de R$ 1 trilhão).

Com o valor irrisório de impacto financeiro nas medidas que o governo federal espera adotar, mulheres da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Civil do Distrito Federal incluídas na PEC 06/2019 terão que lidar, com o aumento da idade e contribuição para aposentadoria, com as mudanças na estrutura familiar e profissional. Vale ressaltar os altos índices de suicídio que assolam a categoria.

“Esperamos ter a oportunidade de aprofundar o debate e mostrar que essa reforma não está sendo justa para as mulheres policiais que enfrentam diariamente a violência, a pressão das ruas e de suas corporações, a burocracia do país e um terceiro ou quarto turno em casa. É preciso dar dignidade antes e depois da aposentadoria”, alerta Creusa Camelier.

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