A Associação Nacional das Mulheres Policiais do Brasil (Ampol) repudia a barbaridade cometida contra os policiais rodoviários federais, Raimundo Bonifácio do Nascimento Filho e Márcio Hélio Almeida de Sousa, em Fortaleza (CE), nessa quarta-feira (18). Os dois foram assassinados brutalmente por um andarilho enquanto cumpriam com o seu dever de patrulhar a rodovia BR-116.
Essa violência fatal contra os policiais e consequentemente as suas famílias, reflete o abandono das autoridades brasileiras com os agentes da segurança pública, que devem proteger a sociedade, mas, antes de tudo, a própria vida.
A indignação começa ainda com a retirada do governo federal da proteção constitucional dos policiais. Essa decisão unilateral expõe a integridade física dos servidores a risco, sem nenhuma contrapartida securitária do Estado, principalmente em uma conjuntura de liberação da aquisição de armas para uma população despreparada para esse uso, em uma das sociedades mais violentas do Mundo.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil, em 2019, apresentava a segunda maior taxa de homicídios da América do Sul (2019) – 30,5 homicídios a cada 100 mil pessoas. Entre 1991 e 2017, 1,2 milhão de pessoas perderam a vida assassinadas. Segundo o Atlas da Violência 2020, produzido pelo Ipea e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, cerca de 58 mil pessoas foram mortas em 2018, uma taxa de 27,8 por 100 mil habitantes.
O Estado do Ceará, onde os policiais foram assassinados, está entre as maiores taxas, com 54,0 por 100 mil habitantes. Entre 2008 e 2018, no total, foram 628.595 homicídios no Brasil.
A flexibilização indiscriminada do uso de armas e a retirada de direitos dos policiais brasileiros lamentavelmente somente aumentam o número de assassinatos de policiais. Para a Ampol, é o prenúncio de um futuro nada promissor para a segurança pública do País, e isso reflete na qualidade de vida de toda a sociedade brasileira.