Outubro Rosa: Mitos e verdades sobre o câncer de mama

Fonte: Em Tempo

Manaus – O mês de outubro, tradicionalmente se tornou um mês de combate ao câncer de mama no brasil e apesar da ampla divulgação do combate à doença no período, a prevenção e causas ainda são fatores desconhecidos por parte das mulheres amazonenses durante o resto do ano.

Dados mais recentes divulgados em 2017 pelos registros do DATASUS, órgão que pertence ao Ministério da Saúde, indicam que no Brasil ocorreram 16,7 mil mortes ocasionadas por câncer de mama feminino no Brasil em 2017, sendo, 161 foram no Amazonas, concentrando 139 mortes registradas na cidade de Manaus e 22 no interior.

Por se tratar de uma doença silenciosa, que não possui uma causa única, diversos elementos estão relacionados ao aumento de desenvolvimento do câncer como idade, fatores endócrinos, histórico de reprodução, fatores comportamentais e ambientais, assim como fatores hereditários, ou seja, que são herdados pela combinação genética de cada pessoa.

A Doutora Hilka Flávia Barra do Espirito Santo, mastologista da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (Fcecon), explica que um dos principais aspectos do desenvolvimento do câncer estão ligados ao histórico hormonal de cada mulher.

“Se a menarca, a primeira menstruação, surge precocemente antes dos 12 anos, assim como a última menstruação, conhecida como a menopausa surge de forma tardia após os 55 anos. O uso de terapias hormonais por mais de cinco anos, que acabam alterando o metabolismo feminino e podem desencadear o câncer”, explica.

A mastologista também estende o alerta a mulheres que possuam histórico de câncer na família, que podem influenciar ou não a progressão da doença. “Caso a pessoa tenha um histórico de câncer de mama ou ovário na família, o risco pode ou não se tornar mais iminente de acordo com o grau de parentesco. Condições comportamentais e ambientais como a obesidade, ingestão de bebida alcoólica e o sobrepeso também têm se estabelecidos como causa do câncer de mama”.

Mitos e verdades

A mastologia é especialidade médica dedicada ao estudo das glândulas mamárias, sendo o mastologista o especialista que estuda, previne, diagnostica, trata e reabilita todas as doenças da mama.

Muitas dúvidas surgem quando o assunto é câncer de mama e questionamentos comuns sobre prevenção, surgimento, cura, tratamento da doença vem à tona durante o outubro rosa. Com o objetivo de esclarecer os principais pontos, a equipe de reportagem do EM TEMPO entrevistou a médica especialista em mastologia, Hilka Flávia Barra do Espirito Santo.

Em Tempo: O anticoncepcional aumenta o risco de desenvolver câncer?

Dra. Hilka Flávia: Recentemente a Sociedade Brasileira de Mastologia lançou uma nota a respeito do assunto, baseada nos estudos prévios realizados na Dinamarca, que avaliam a relação do uso de anticoncepcionais orais e câncer de mama. Essa pesquisa considerou baixo o percentual do risco uso do contraceptivo na população geral de mulheres. Então o anticoncepcional oral não apresenta grandes riscos, e a paciente pode usar sem nenhum problema, desde que ela seja acompanhada pelo ginecologista.

Em Tempo: Sobre os sintomas da doença, quais são as manifestações corporais?

HF: Normalmente os sintomas perceptíveis são nódulo de mama, saída de secreção sanguinolenta ou água do mamilo. Por vezes também podem surgir retrações ou um abalamento causado pelo nódulo. Em outros casos podem surgir linfonodos ou ondulação nas axilas.

Em Tempo: O câncer de mama pode ser assintomático (Sem sintomas)?

HF: Nem sempre o câncer de mama está relacionado aos sintomas que descrevi, existem alterações nas mamas que são detectáveis apenas nos exames de mamografia e ultrassonografia.

Em Tempo: Após a detectar alguma suspeita da doença, quais os procedimentos que devem ser tomados?

HF: A paciente deve comparecer a um mastologista, dependendo da idade apresentada serão realizados exames diferenciados como ultrassom, mamografia e se for necessária uma biopsia para confirmar do que se trata realmente.

Prevenção

O autoexame é uma das iniciativas que pode ajudar mulheres a identificar possíveis alterações na mama, pois por meio do toque, ao apalpar os próprios seios em busca de nódulos é uma medida importante, que pode ser realizada uma vez por mês.

Contudo o autoexame detecta apenas massas já palpáveis, geralmente associadas a um câncer de mama mais avançado. Por essa razão é indispensável a mamografia para diagnosticar nódulos pequenos, quando é mais provável que a doença não tenha se espalhado.

A mamografia, a partir dos 40 anos, é o método indicado para rastreio do câncer de mama, que reduz em até 40% as mortes por esse tipo de neoplasia. O exame deve ser feito anualmente. As pessoas com histórico de câncer na família devem iniciar o rastreio a partir dos 35 anos.

Então quanto mais cedo o diagnóstico, maiores são as chances de cura, e segundo a Fececon durante todo o mês de outubro, serão intensificadas as mamografias nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), além da realização de palestras em empresas do Distrito Industrial, hospitais, igrejas e escolas da capital e do interior.

Programação do Movimento Outubro Rosa

A FCecon, referência na região Norte no tratamento de câncer, é responsável por coordenar as ações na capital amazonense e nos municípios do interior. Com uma programação extensa no mês de outubro voltada para a prevenção, conscientização e tratamento do câncer de mama no Estado.

•Dias 11 e 14 de outubro – palestra na Secretaria Municipal de Finanças;

•Dias 16 e 21 de outubro – palestra na Musashi;

•Dias 17 e 18 de outubro – palestra na Digitron;

•Dia 19 de outubro – será montado um estande no Santuário de São José Operário, na rua Visconde de Porto Alegre, bairro Praça 14;

•Dia 28 de outubro – palestra na Yamaha Motor;

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