A vida da paranaense Andreia Stanger daria um livro, segundo seu próprio relato. Recém aposentada como perita criminal na área de informática, especializada na investigação de crimes cibernéticos, Andreia é oriunda de família bastante humilde de imigrantes italianos e alemães. Em busca de condições de vida melhores, quando criança residiu com os pais em vários estados, como Mato Grosso do Sul e Rondônia, e precisou morar com parentes e em pensionatos para ter mais oportunidades de estudo.
Formou-se em Informática e começou a dar aulas no Ensino Superior em 1996. Logo depois, foi residir no Acre onde conseguiu um emprego na prefeitura de Rio Branco, passou em um concurso para ser docente Universidade Federal do Acre e pediu dispensa do regime de dedicação exclusiva para continuar trabalhando na prefeitura e em faculdades particulares. A convite de um amigo, foi dar aulas em um cursinho preparatório para concurso público e foi aí que surgiu a oportunidade de prestar a prova da Polícia Federal.
Aprovada em 2004 na fase teórica, não conseguiu passar no Teste de Esforço Físico (TAF) por causa de uma lesão que adquiriu devido a intensidade dos treinos preparatórios. Após ingressar com mandado judicial, obteve o direito de refazer o TAF e tomou posse em 2007. Adepta da educação continuada, Andreia também é formada em Administração, Marketing Digital e está concluindo sua quarta graduação em Psicologia. Possui dois mestrados, sendo um deles sobre o risco na atividade policial e defendeu tese de doutoramento na área de planejamento operacional baseado em gestão de projetos da Polícia Federal.
Associada da AMPOL e perita na área de TI por muitos anos, Andreia sempre atou em espaços dominados pelo sexo masculino e já chefiou um setor composto só por homens. Ela reconhece que o machismo sempre existiu na sociedade e na polícia, obrigando a mulher a provar sua excelência em múltiplas tarefas, mas que ela nunca se intimidou e sempre impôs respeito por sua postura. “Certa feita um chefe meu solicitou ao meu grupo de trabalho 2 peritos para executar uma operação em Rondônia. Apenas eu ergui o braço e ele me ignorou por alguns minutos eu com o braço erguido. Por fim ele me disse que poderia ser difícil, ter que dormir em rede…Eu respondi que conhecia bem Rondônia e não tinha problemas com operações na selva. Ele finalmente concordou depois de me perguntar algumas vezes se eu tinha certeza” explica.
Andreia nunca teve restrições com relação a qualquer tipo de trabalho e passou por diversas áreas da PF: foi tutora e conteudista da Academia de Polícia, trabalhou no escritório de gerenciamento de projetos, foi responsável pela Cartas de Serviços da PF e apresentou trabalhos sobre o tema República Dominicana, além de fazer curso de aperfeiçoamento de prevenção de drogas na Colômbia. Ficou um ano em missão no Ministério da Justiça trabalhando com gerenciamento de projetos de TI na época da copa do mundo. Ao ser transferida do Acre para Brasília, trabalhou na Diretoria de Administração e Logística Policial (DLOG) e no Setor Técnico-Científico (SETEC) e seguiu para Maceió para servir no Setor de Administração e Logística Policial (SELOG).
Durante quase toda a carreira, trabalhou com investigação de abuso sexual infantil, exceto nos cargos de gestão, o que a levou a cursar psicologia e fazer uma pós-graduação sobre stress traumático de profissionais que trabalham com o tema. O assunto sempre a sensibilizou muito a ponto de ela resolver adiantar o pedido de aposentadoria da PF e iniciar uma nova fase profissional. Mas o desejo de continuar contribuindo com a sociedade e de transmitir seus conhecimentos como professora, palestrante e escritora a levou a iniciar uma nova fase profissional.
Andreia é co-autora de diversos livros incluindo Pedofilia – Novos Desafios (2021), Combate às Fake News (2023) e As donas da P** toda-vol 3 (2023). Os dois primeiros estão disponíveis para download gratuito em seu perfil do instagram @andreia.stanger (linktr.ee/andreia.stanger) e o último pode ser adquirido no site da Amazon ou com a própria autora (caso queira autografado). Andreia também está finalizando novas obras e em novembro de 2023, lançou um canal no youtube sobre crimes cibernéticos com o intuito de tornar tais informações acessíveis ao grande público. No espaço são abordados assuntos como Inteligência Artificial (IA), Deep Nude, Fake nude, pedofilia, assédio e fornecidas informações sobre legislação aplicável e como se proteger e proteger crianças e familiares. Para acessar basta digitar: www.youtube.com/@andreiastanger.
Para as novas gerações que desejam ingressar na carreira policial Andreia disponibiliza uma mentoria em seu linketree e incentiva aos jovens que não desistam, pois as corporações necessitam de pessoas vocacionadas que buscam seus sonhos. Ela também possui um curso e um canal no instagram sobre dicas de viagens econômicas: https://www.instagram.com/canal.viagemsemfim