“Agir salva vidas” e a Associação Nacional das Mulheres Policiais do Brasil (Ampol) adere a mais uma campanha do Setembro Amarelo. Esta sexta-feira (10/9) fecha com o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, data criada pela Associação Internacional para a Prevenção ao Suicídio e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Assim como as demais campanhas imprescindíveis para o País, esta reacende o alerta aos governos e à sociedade para o tema. Nas instituições da segurança pública não é diferente, e a Ampol segue empenhada em dar apoio, celebrar a empatia e buscar ajuda para reduzir a crise estatística que assola os policiais.
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2021, do Fórum Nacional de Segurança Pública, 82 policiais da ativa tiraram as próprias vidas em 2019 e 50 cometeram suicídio em 2020. O estudo destaca uma redução de 15,6% entre os dois anos, mas ressalta que há subnotificações geradas, ainda, pelo tabu em torno do tema, especialmente nas corporações policiais, “no qual as questões de saúde mental e sofrimento ainda são muito mal acolhidas e trabalhadas”.
Outro grave problema tem a ver com a perda do direito ao seguro de vida em casos de suicídio, o que impede que as informações sejam oficializadas.
“Os estados do Acre, Amapá, Maranhão, Pará, Paraíba, Piauí e Sergipe informaram que não ocorreram suicídios em 2020 e São Paulo, Roraima, Rio Grande do Norte e Amazonas não forneceram informações referentes ao ano passado. A Polícia Militar de Minas Gerais informou que os dados de suicídio de policiais são classificados com grau de sigilo reservado. A falta de dados claros e transparentes sobre os suicídios de policiais impede o enfrentamento dessa questão nas instituições policiais e dificulta a criação de políticas públicas de saúde voltadas a esses profissionais”.
Em todo o Brasil, 12.745 pessoas cometeram suicídio em 2019 e 12.895 morreram pela mesma causa em 2020. De acordo com a OMS, quase 100% dos casos de suicídio têm relação com distúrbios mentais. Na carreira policial pode estar associado aos conflitos internos das instituições, problemas financeiros, o estresse ocasionado pela carreira e a falta de apoio emocional e psicológico que os policiais e agentes da segurança pública sofrem.
“Todos esses números, fora as subnotificações, reforçam a importância da campanha do Setembro Amarelo, bem como a de iniciativas que escutem o profissional e as suas dores. Não podemos ignorar a dor do próximo ou rebaixá-la à condição de covardia ou desespero. A Ampol, no que cabe à entidade, segue com a sua luta pela valorização e o respeito aos direitos e à dignidade dos servidores da segurança pública, para que as reduções nas variações estatísticas sejam ainda menores, a cada ano”, reforça a presidente da associação, Creusa Camelier.
CLIQUE AQUI e leia na íntegra o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2021.