Esta semana, foi a vez da Associação Nacional das Mulheres Policiais do Brasil (Ampol) demonstrar, junto à União dos Policiais do Brasil, ao Ministro da Justiça e da Segurança Pública, Anderson Gustavo Torres, o desânimo e a insatisfação de todas as categorias da segurança pública do País.
No início da reunião dessa quinta-feira, 15, o Ministro Anderson Torres anunciou aos policiais que o Presidente da República Jair Bolsonaro o colocou na direção da Pasta da Justiça para iniciar um diálogo com a categoria, visando valorizar e priorizar os interesses dos segmentos da segurança pública. Ele, então, correspondendo a essa boa oportunidade, se colocou à disposição dos policiais para ser o interlocutor das demandas junto ao chefe do Executivo.
Os 12 participantes, entre líderes e dirigentes das entidades nacionais, na ocasião, denunciaram o abandono da classe pelo governo. Reforçaram, além dos ataques aos direitos legítimos, também a questão da vacinação, tendo em vista a perda de um número significativo de policiais que morreram por conta da conta da covid-19. Segundo o ministro, há um entendimento entre os órgãos públicos, principalmente, por parte do Ministério da Saúde, para estabelecer um plano nacional a fim de priorizar com urgência a vacinação dos policiais. O processo já foi iniciado em alguns estados brasileiros, mas em números ainda inexpressivos.
Entre as grandes perdas de direitos da categoria na gestão do governo Bolsonaro foram citadas: a promulgação da EC n• 103/2019 (Reforma da Previdência), sem regras de transição, impingindo profunda insegurança jurídica e agressivas perdas de direitos; a LC 173/20, que decretou o congelamento de salários; a EC n• 109/2021, que prorroga o período do congelamento salarial por até 15 anos e no momento está sendo negociada no Congresso Nacional; a PEC 32/2020, da Reforma Administrativa, que tem no texto mais restrições de direitos e desestruturação das carreiras das instituições policiais, que podem prejudicar toda a sociedade brasileira, com a economia implantada na segurança pública.
O encontro de ontem reflete as ações que a UPB e suas entidades representativas têm colocado em prática há semanas, com mobilizações nas ruas, com carreatas, mensagens públicas pelas cidades e com o lockdown da segurança pública, realizado em 22 de março. O propósito é um só: barrar as intransigências da PEC 32 e mostrar o quanto os servidores policiais são necessários e valoros para o Brasil.
“A reunião foi bastante proveitosa. Conseguimos sensibilizar o ministro que, inclusive, pediu para a Ampol agendar um encontro com ele. O ministro também assegurou o seu interesse em apoiar as reivindicações da mulher policial e enviou forte abraço a todas, de todas as forças deste Brasil”, contou a presidente da Ampol, Creusa Camelier.
Foto: JTNEWS
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