Acesso à saúde e democracia para as mulheres contra o câncer de mama

No dia em que o Brasil comemora 33 anos da promulgação da Constituição Federal de 1988 (hoje, 5/10), vale lembrar que o direito básico das mulheres ao acesso à saúde de qualidade é também defendido pela Carta Magna brasileira, responsável pela restituição da democracia. A partir do artigo 5º da CF, que finalmente estabelece a igualdade entre homens e mulheres no País, novas políticas públicas passaram a ser implementadas pela saúde do sexo feminino. No entanto, é evidente que, em muitos aspectos, esse tema ou não avança ou caminha a passos lentos.

Por isso, em mais um Outubro Rosa, a Associação Nacional das Mulheres Policiais do Brasil (Ampol) destaca essa, que é uma das campanhas mais fundamentais para as brasileiras: o mês da luta contra o câncer de mama. Uma doença que deve atingir mais de 66 mil mulheres somente este ano, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca) – foram 18.068 mulheres e 227 homens em 2019, segundo o Atlas de Mortalidade por Câncer (SIM).

Foi também a partir da Constituição de 1988 que se desenhava no Brasil o atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecido pela Lei 8080/1990, que garantiu acessibilidade a todo e qualquer cidadão, independente de contribuição previdenciária, à assistência médico-hospitalar. E é por meio do SUS que muitas, hoje, podem realizar tratamentos contra o câncer de mama, nas unidades hospitalares especializadas. O mesmo vale para os homens, que apesar de representarem apenas 1% do total de casos, também precisam se cuidar.

Atenção aos sinais!

Nódulo fixo e indolor (na maioria dos casos), costuma ser o principal sinal da doença, presente em 90% dos casos. É necessário observar, ainda, a mama mais avermelhada, alterações nos mamilos, pequenos caroços (nódulos) nas axilas e pescoço e saídas espontâneas de líquido anormal pelo bico do seio.

Três passos para seguir em frente ao espelho, em pé e deitado. Fonte: Tua Saúde

O toque nas mamas, tão difundido na campanha Outubro Rosa e outras campanhas do gênero, pode ajudar, durante o banho ou em situações confortáveis, a descobrir esses sinais em fases iniciais. O reconhecimento precoce das alterações no corpo e a busca por assistência médica podem facilitar o diagnóstico.

O movimento deve ser realizado no banho, com o corpo molhado e as mãos ensaboadas. Fonte: Tua Saúde

O Ministério da Saúde também recomenda, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a mamografia de rastreamento, a cada dois anos, realizada quando não há sinais ou sintomas suspeitos, para mulheres com idade entre 50 e 69 anos.

A prevenção também é possível – com a prática de atividades físicas, o equilíbrio do peso corporal em valores adequados, evitando o consumo exagerado de bebidas alcoólicas e o tabaco (mesmo em casos de fumantes passivos) e amamentando os filhos durante o maior tempo possível.

Outubro Rosa

Movimento internacional de conscientização para o controle do câncer de mama, o Outubro Rosa foi criado no início da década de 1990 pela Fundação Susan G. Komen for the Cure. A data é celebrada anualmente, com o objetivo de compartilhar informações e promover a conscientização sobre a doença; proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento e contribuir para a redução da mortalidade. O INCA — que participa do movimento desde 2010 — promove eventos técnicos, debates e apresentações sobre o tema, assim como produz materiais e outros recursos educativos para disseminar informações sobre fatores protetores e detecção precoce do câncer de mama.

Fonte: Inca

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