*Por Inara Amorim (Agente da PCDF e Diretora adjunta de Comunicação da AMPOL)
O lamentável episódio que ocorreu com nossa querida Val é mais uma prova inconteste da urgente necessidade de criação do Núcleo de Atendimento à Mulher Policial, como mais uma forma concreta de luta pelos direitos das mulheres, e não apenas na PCDF, mas em todas as forças policiais.
Sabemos que para além dos desafios da nossa profissão, comuns a homens e mulheres, nós, policiais femininas, enfrentamos questões institucionais que dificultam, por vezes, pedirmos socorro quando somos vítimas de quaisquer formas de violência, sobremaneira a violência doméstico-familiar.
Seja pelo receio de retaliações internas, seja pela vergonha da exposição de nossas vidas privadas perante colegas de corporação, nos calamos e desistimos de solicitar o auxílio necessário quando somos violentadas nas mais diversas esferas. Isso é o que sabemos por meio diversos relatos pessoais.
A criação de um espaço de acolhimento e encaminhamento de nossas demandas, que não nos exponha e que nos auxilie nas providências necessárias, torna-se cada dia mais essencial.
Não podemos mais admitir que mulheres continuem sendo alvos de atrocidades, necessitamos ser amparadas de modo especializado tanto na sociedade, quanto no seio da nossa Instituição, a fim de que evitemos desfechos trágicos, como o ocorrido com Valdéria da Silva Barbosa.